Em missão de avaliação, Geoparque Caçapava é apresentado a representantes da Unesco

Neste domingo, o geólogo e paleontólogo Mahito Watanabe, do Japão, e o cientista ambiental Antonino Matencio, da Espanha, que farão a avaliação do território aspirante a certificação da Unesco, foram recebidos com música pela Banda Municipal Dr. Cyro Carlos de Melo, e dança pelo Centro de Tradições Gaúchas Sentinela do Forte. As apresentações artísticas, que ocorreram no campus da Universidade do Pampa (Unipampa), marcaram o início da missão que se estenderá até quinta-feira. Em seguida, a história do Geoparque Caçapava foi apresentada aos especialistas.

No auditório da Unipampa, dezenas de pessoas entre autoridades do município, empresários parceiros do geoparque, artesãos, pequenos produtores rurais e lideranças da comunidade caçapavana, se reuniram participar da cerimônia oficial da missão. Para o diretor do campus de Caçapava, José Rojas, o município vive um momento único:

— Sempre falo para meus alunos que precisamos ter Caçapava no coração. Amar e se orgulhar da geodiversidade que temos aqui também é uma forma de contribuir para o geoparque. Junto das pessoas, do poder público e de duas instituições de ensino superior, como Unipampa e UFSM, conseguimos chegar até aqui.

A integração entre as duas universidades também foi lembrada pelo reitor da UFSM,Luciano Schuch, que falou sobre as expectativas para o reconhecimento da organização internacional.

— Há poucos dias, vivemos a missão de avaliação do Geoparque Quarta Colônia. Agora, estamos em Caçapava para mostrar que existem dois grandes projetos de desenvolvimento de geoturismo na Região Central do Estado. Isso muda a forma como a comunidade enxerga o seu patrimônio. Por mais que teremos que viver alguns momentos de ansiedade à espera dos resultados da avaliação, sabemos que essa experiência será transformadora — comemorou.

Fotos: Nathália SchneiderFotos: Nathália SchneiderFotos: Nathália SchneiderFotos: Nathália SchneiderFotos: Nathália Schneider

Compromisso público

De 2019 até o momento, a prefeitura de Caçapava do Sul, a Unipampa e a UFSM já investiram mais de R$ 320 mil em infraestrutura, eventos e outras ações de promoção do território. Além disso, segundo o secretário de Cultura e Turismo do município, Stener Camargo, foram captados R$ 1,2 milhão de recursos estaduais para a geoconservação.

— Hoje, o geoparque faz parte do planejamento orçamentário de Caçapava. Mobilizamos o governo do Rio Grande do Sul para tornar os geoparques um projeto de Estado. Almejamos viver uma nova era, não geológica, mas de desenvolvimento sustentável, de valorização das nossas belezas naturais, das nossas pessoas — celebra.

O presidente da Assembleia Legislativa do RS e deputado estadual Valdeci Oliveira, também ressaltou o compromisso do parlamento gaúcho com o desenvolvimento sustentável da Região Central:

— Somos 55 parlamentares de 15 partidos políticos diferentes e, ainda assim, todos admiram e apoiam essa movimentação que tem ocorrido. O parlamento gaúcho trará apoio para aquilo que for necessário para garantir e viabilizar esse sonho coletivo.

Primeiras impressões

Apesar de ainda não poderem falar sobre os geossítios do território caçapavano, os avaliadores Antonino e Mahito comentaram sobre a acolhida da missão.

— Estou impressionado com o número de pessoas que se juntaram para acompanhar a reunião inicial. Consigo sentir que o projeto é apoiado pelas autoridades e principalmente pela comunidade local, que é o mais importante — explica Mahito.

Assim como o geólogo, Antonino se admirou com a participação da comunidade e explicou como será o trabalho nos próximos dias:

— Vamos avaliar o que foi feito, o que está sendo feito e o que será feito. Já deu para perceber que há uma grande movimentação. Já estive em reuniões com muita gente, mas não tanta gente assim — brincou.

O geólogo e paleontólogo Mahito Watanabe, do Japão, e o cientista ambiental Antonino Matencio, da Espanha. Foto: Nathália Schneider

Itinerário do primeiro dia

Visita ao pórtico de Caçapava do Sul

Jardim da Geodiversidade Professor Maurício Ribeiro

Centro Histórico e visita ao Forte Dom Pedro II

Chácara do Forte

Geossítio Caieiras

Empreendimento Don José (referência na produção de azeite de oliva)

Geossítio Toca das Carretas com vista para o geossítio Cerro da Angélica

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